COMEMOS VENENO
Desde o fim da
segunda guerra mundial, com o aumento do poderio estadunindense e com seu
objetivo de dominar cada vez mais o mundo, estamos sendo doutrinados e
catequizados a viver pela forma do “America Dream”, com o consumo sendo o
principal objetivo das vidas das pessoas.
Isso tem refletido fortemente na
nossa alimentação. Fomos bombardeados de alimentos ultraprocessados, com muitos
produtos químicos e outros que não trazem nada de nutritivo ou que alimente de
fato, como refrigerantes e doces e também os fast foods.
Mas isso teve também
um reflexo e aumento na agricultura com a “Revolução Verde”. Um projeto
iniciado pelo engenheiro agrônomo, geneticista e fitopatologista Norman Borlaug
no México no ano de 1944. A grande explosão, porém, aconteceu na década de 1950
em parceria com a Fundação Rockefeller.
A empresa tinha como slogan “O fim da
fome no mundo”. A ideia era o aumento violento de produção agrícola, com a
desculpa de alimentar o mundo e também “defender” as plantas de pragas. Eram
práticas tecnológicas que utilizavam vários tipos de venenos, além de
modificações genéticas das sementes.
Revolução Verde,
nada mais era que a mecanização da produção, modificação genética de sementes,
uso intensivo de produtos químicos (fertilizantes e pesticidas), produção
massificada de produtos iguais como forma de otimizar a produção, introdução de
novas tecnologias de plantio, irrigação e colheita.
Borlaug ganhou um
prêmio Nobel em 1970 e sua ideia foi disseminada em todo o planeta, com
consequências drásticas sendo observadas até hoje: alto nível de degradação
ambiental, sustentabilidade questionável, utilização exagerada de água para
manter o método, aumento da natalidade – com isso também aumenta o consumo –
dependência de tecnologias de países ricos, redução das diversidades genéticas
para homogeneizar os produtos e ter maior controle e lucros e aumento na
concentração da renda das empresas e países controladores da tecnologia.
Aqui no Brasil essa “doença
verde” apareceu no final da década de 1960 com o nome de “Milagre Econômico”.
Passamos a ser um país grande produtor, principalmente de soja, e a monocultura
se tornou realidade, causando grande devastação, degradação do solo, poluição
de rios, afluentes, olhos d’água e aparecimento de pragas e doenças em
agricultores e população.
Esse modelo, que tem a ideia de modernizar o campo,
afetou fortemente os pequenos agricultores, que não tinham condições de se
adaptar a ele e, para tanto, contraíram dívidas, perderam as terras etc.
Os que
tentam produzir têm que entrar no sistema, pois corporações, bancos, governos,
todos estão juntos apoiando e facilitando o “Deus Agronegócio”.
Aqui no Ceará, desde
o governo Tasso Jereissate, que liberou geral para o agronegócio e para
empresários amigos. Doou terras, isentou de impostos, facilitou o uso público
da água, tirou da população para esses empreendimentos e outras negociatas para
implantação constante de empresas do ramo.
E isso continua até hoje em todos os
governos que o sucederam. No Baixo Jaguaribe, a UFC – Universidade Federal do
Ceará fez uma pesquisa e constatou um índice de contaminação gigantesco em
agricultores, parte deles com câncer ou em estado que levará a essa situação.
Encontrado resíduos de agrotóxicos no solo, plantas, ar e na população local.
Em âmbito federal, a
coisa é pior nesse atual Desgoverno. Só em 2019 o Brasil aprovou o registro de
474 agrotóxicos, dados do Ministério da Agricultura.
Nosso país ocupa o
primeiro lugar no uso de agrotóxicos e o brasileiro consome, em média, 7 litros
de veneno nos alimentos por ano, segundo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Levantamento divulgado pela
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 2016, mostrou que quase
50% dos vegetais, frutas, hortaliças e grãos que consumimos diariamente contém
quantidade de agrotóxicos acima do permitido pela própria instituição
reguladora.
Entre as empresas
que envenenam o planeta estão: Monsanto (comprada pela alemã Bayer para desviar
sua macabra história centenária), DuPont, Bayer, Syngenta, Dow Chemical e Basf.
Essas empresas controlam 100% do mercado de sementes transgênicas, cerca de 75%
do mercado mundial de agrotóxicos, dois terços de todas as sementes.
Hoje estão
praticamente fundidas e dominam todo o mercado de venenos no mundo. Ou seja, criam
as doenças com os venenos produzidos e depois vendem o remédio para essas
doenças.
Monsanto, por
exemplo, produziu o aspartame, o hormônio bovino transgênico, o agente laranja (usado
na guerra do Vietnã), além das dioxinas (pesticida altamente tóxico), o RoundUp (herbicida também muito tóxico) e as sementes transgênicas, que hoje estão em
praticamente todos os alimentos. Para identificar, basta você olhar aquele
triângulo amarelo com o T que fica nas embalagens.
Segundo o pesquisador
engenheiro agrônomo Gabriel Fernandes da UFRJ – Universidade Federal do Rio de
Janeiro, em entrevista ao site Brasil de Fato, citou que essa empresa tem um
histórico de desenvolver produtos impactantes para o meio ambiente e para a
saúde. Ele diz que a fusão é uma estratégia de marketing da Bayer para livrar a
empresa Monsanto, comprada, de denúncias em seus 117 anos.
O QUE FAZER?
Nós do Instituto
Semente das Artes, acreditamos que é um processo bastante difícil e complexo,
pois os interesses econômicos estão à frente e a ambição humana e das
corporações não facilitarão uma mudança.
Pensamos que é um
processo lento, que levará bastante tempo. A questão é que tempo é algo que o
planeta não tem mais.
Uma das possibilidades
de mudança é começar por cada um, em suas escolhas, no que compra para comer. Depois,
a pressão popular forte aos governos por meio de mobilizações, eventos,
passeatas, abaixo assinados, voto consciente. Mesmo sabendo que parte desses
governantes e parlamentares são os mesmos empresários do agronegócio.

Pressionar. Forçar a diminuição de utilização de venenos (defensivos, como eles
gostam de chamar para mascarar a questão). Incentivar a policultura e rodízio
de culturas ao invés da monocultura. Há outras possibilidades como, por exemplo,
facilitar subsídios para o pequeno agricultor orgânico; criar hortas coletivas
em praças e bairros; incentivar quintais produtivos. A criação de
agroflorestas, agricultura sintrópica, biodinâmica e outras.
Além dessas, temos
ainda outras possibilidades que também podem ser viáveis, como: incentivos
fiscais ao produtor orgânico; distribuição de sementes crioulas; compra de
produtos orgânicos pelos governos, também estão entre elas. Caso nada seja
feito, os que virão não terão nada no futuro. Nem mesmo futuro terão.
COMO FAZER: Há
diversas possibilidades de produzir alimentos em casa. Pensamos, nesse momento,
não em dar um exemplo específico, mas várias ideias adaptáveis ao seu modus
vivendi. A seguir, sugestões que estarão próximas da realidade de cada um, do
espaço ou falta dele.
• No Quintal ou jardim: se você tiver o
prazer de ter um quintal ou jardim em casa, pequeno ou grande, poderá plantar
tanto legumes e verduras, como também algumas árvores frutíferas de pequeno ou
médio porte. Isso tem que ser feito otimizando bem seu espaço e entendendo que
a incidência solar é importante, pois a maioria das plantas precisa de, pelo
menos, 4 horas de sol por dia. Uma horta seria o ideal para esse espaço.
• Casa sem jardim ou quintal: nesse caso
você pode utilizar janelas, muros e paredes, com horta vertical, que além de
produzir e embelezar poderá diminuir a temperatura da casa.
• Em apartamento: local com mais
dificuldades para implantar uma horta, mas não impossível. Poderá utilizar as
varandas, janelas e áreas de serviço. Fazendo até as plantas como decoração.
OPÇÕES DE PLANTIO:
As pessoas que têm
espaço em sua casa poderão utilizar o próprio solo para as plantações. Uma ideia é a espiral de ervas, que consiste é uma pequena construção feita com vários tipos de materiais e tem um raio de 1 metro e meio, ocupando pouco espaço.
Àqueles
com menos espaço damos algumas dicas: jarros, baldes, palets com garrafas pet,
botas velhas, canos, carrinhos de mão velhos, sanitários, panelas, embalagens
vazias de produtos diversos, latas, sacos de alimentos etc.
Há pessoas que
utilizam até cascas de outros alimentos e de ovos para semear. Aqueles mais
ousados e com possibilidade, podem fazer um teto verde, que consiste em fazer
sua plantação em cima do telhado da casa. Excelente opção para quem não tem
espaço algum.
Nós na Casa Ambiental
& Museu Semente das Artes tivemos a sorte de ter espaço ao redor da casa e
utilizamos todas as possibilidades de produção: horta e pomar; plantas de curta,
média e longa duração, sistema usado na agricultura sintrópica que falaremos em
outra oportunidade, além das plantas de época, como: caju, seriguela, manga,
ata, entre outras.
Todas as plantas apresentadas nas fotos foram produzidas na Casa
Ambiental Semente das Artes. Mas não foram ao mesmo tempo, que fique claro. Foram
processos de erros e acertos que durou 2 anos.
Descobrindo, pesquisando,
testando, já que não somos agricultores e nem engenheiros agrônomos. Buscamos
uma alimentação saudável, compartilhada, justa e que não acelere ainda mais a
degradação da terra, que é nosso lar. Precisamos dela, não ela de nós. Nós
acabamos e a terra fica.
É importante saber
que plantar em casa não é como ir ao mercadinho ou feira. Tudo é feito num processo
natural e exige paciência. Algumas plantas darão certo, outras não. O processo
é lento para algumas espécies mais que para outras.
O ideal é que você tente
conseguir mudas e sementes orgânicas, crioulas. Sem modificação genética. Assim
terá realmente um processo limpo e natural, sem utilizar venenos.
É importante
também tentar produzir seu próprio adubo com resíduos orgânicos da sua própria
cozinha ou fazer uma composteira, no chão ou em baldes. Tudo é processo.
Comece pequeno,
usando copinhos e jarros. Vá aprendendo, conhecendo, experimentando. Depois, se
você se encantar e viciar, no bom sentido, terá boa produção.
Algumas pessoas,
quando se empolgam, passam a produzir para seu consumo e o excedente até doam,
trocam ou vendem. Há inclusive essa possibilidade de renda extra, pois o
alimento natural, sem venenos, é um produto nobre e a cada dia mais apreciado e
procurado por consumidores consciente e que se preocupam com a própria saúde e com a saúde do planeta.
Jofran Fonteles Borges – Casa Ambiental & Museu
Semente das Artes
SONHANDO JUNTOS UM IDEAL DE MUNDO
Presidente Jofran Fonteles Borges - CNPJ 10.536.515/0001-64
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