VIDA SIMPLES: PIMENTA CALABRESA
ARDE E FAZ BEM
Durante anos apreciada por muitos e odiada por
outros, a pimenta é um tema de muitas polêmicas e curiosidades.
As variedades são muitas, de sabores adocicados a
super ardosas, alguns defendem o consumo
moderado, outros já utilizam sem temor. A verdade é que ela é sempre vista e
participa de milhares de pratos e estão no dia a dia de nossas vidas,
percebidas ou não. Utilizadas em pratos salgados e doces, saladas, temperos e
até como remédio e complemento nutricional. Ela é tão dinâmica que pode ser
consumida como fruto, molhos, condimentos ou semente.
A origem da pimenta ainda é um caso a ser
investigado, pois há muitas discussões e polêmicas sobre o assunto. China, Índia,
África, todos são citados. Como em vários momentos da história ela aparece. Uma
das teorias mais aceitas é que ele foi cultivada inicialmente no México e
América Central em 7.500 a.C, talvez por isso ser tão comum nesse país e região
o consumo do fruto. Inclusive, segundo pesquisas do folclorista Luís da Câmara
Cascudo (CASCUDO, 1954), afirma que a
pimenta coincide com todos os paladares negros no tempo e no espaço na
África Oriental, Central, Meridional e
Ocidental. Já por outros relatos apontam a região onde está a bacia do Lago
Titicaca, como centro de origem das pimentas, entre Bolívia e Peru. Depois
Cristóvão Colombo, que além de afanar ouro, prata e outras especiarias e também
causar morte e trazer doenças, levou o fruto para o mundo.
Elas podem variar,
dependendo de sua origem e também do seu poder de ardência, mas sempre trazem
excelente benefícios a nossa saúde.
Os tipos mais utilizados no Brasil, são: malagueta, do reino e de cheiro. Mas
existem dezenas, entre elas estão: dedo de moça ou caiena, cumari, fidalga,
rosa, Cambuci, jalapeño, biquinho, chapéu de frade, murupi, de bode, entre
outras.
O colecionador de pimentas e acadêmico de
engenharia mecânica Willian de Oliveira Ballock, que mora em Campo Grande, no
estado do Mato Grosso do Sul, catalogou e coleciona 146 espécies, inclusive a
que é a considerada mais ardosa do mundo e entrou para o Guinness Word Records
com esse título, a Carolina Reaper.
Na escala Scoville, que classifica ardência, explica o colecionador, a espécie aparece com média de 1.569.300 milhões, com níveis de pico de mais de 2,2 milhões. Considerada uma pimenta nuclear, a Carolina é tão potente quanto os sprays de pimenta usados pela polícia, divulgou, em 2013, à época do título, a Associated Press, agência de notícias americana. (Fonte: Campo Grande News)
BENEFÍCIOS DA PIMENTA
As
qualidades farmacológicas e para saúde são pesquisadas constantemente pelo
mundo, tanto da pimenta vermelha (capsicum) e também do gênero pimenta-do-reino
(piper nigrum). O autor do livro Pimenta e seus Benefícios á Saúde, o médico
homeopata Márcio Bontempo afirma que o fruto e condimento é rico em vitaminas e
ácidos. A capsaicina é o principal
composto bioativo das pimentas Capsicum,
sendo responsável por seu sabor único, picância e benefícios à saúde.
Tem
pigmentos vegetais que previnem câncer, contém biflavonóides, protetores do DNA
celular e forte propriedades antioxidantes. Com isso, classificada como um
alimento funcional, pois, preservam a saúde e contem nutrientes.
Mesmo assim, muitas crenças, fazem com que as
pessoas evitem e tenham receio de utilizar o fruto, por acharem que poderá
causar algum mau a sua saúde. Uma delas era utilização do molho de pimenta
poderia causar ulceras. O problema não é do molho e nem da pimenta, mas sim, de
alguns condimentos e/ou produtos colocados para a produção do molho de pimenta,
como: vinagre, álcool, leite e outros.
Alguns
benefícios da pimenta vermelha:
6 vezes mais vitaminas C do que a laranja; Cicatrização do organismo; Impede a coagulação do sangue; Evitar doenças como trombose; Emagrecer, pois queima gorduras.
Combate o câncer: em 2006,um estudo publicado no
The Journal of Cancer Research dos Estados Unidos, descobriu a morte celular
programada (apoptose), em células do câncer de próstata, que é induzido pela
capsaicina, contribuindo para que a doença não se prolifere.
Outro estudo publicado pela National Academy of Sciences of the United States of America, coloca que a capsaicina também colaboraria para a redução do crescimento de tumores em ovários e nas mamas. Molhos, geleias, conservas e outros, são boas opções, mas há perda de nutrientes e vitaminas.
Fontes:
Erica Fernanda, nutricionista do Hospital 9 de Julho; Marcella
Garcez, médica
nutróloga, diretora da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia); Maria
Clara Pinheiro, nutricionista do IEDE (Instituto Estadual de Diabetes e
Endocrinologia).
Importante: não consumir em excesso, porque qualquer alimento se consumido em excesso faz mal.
O que pode fornecer 15 gramas de pimenta vermelha crua e fresca: Calorias: 6, Proteína: 0,3 gramas, Carboidratos: 1,3 gramas, Açúcar: 0,8 gramas, Fibra: 0,2 gramas, Gorduras: 0,1 gramas.
Vitaminas
e minerais: Vitamina A, E, C, B6, K1, Potássio, Cobre, Capsantina: Ácido
sinápico e ferúlico.
Segundo (SOUTO MAIOR, 2004), as pimentas são indicadas pela medicina popular para curar: dor de dente; desmaios ou vertigens; eczemas; doenças venéreas e afecção das vias urinárias; regras menstruais dolorosas; perda de apetite, rouquidão e tosse.
CURIOSIDADES DA PIMENTA CALABRESA
A
pimenta Calabresa não é um tipo de pimenta, e sim a flocagem e desidratação de
pimentas vermelhas.
Utilizada
na cozinha brasileira em centenas de pratos.
COMO FAZER:
Existem várias formas de desidratar as
pimentas.
Na Casa Ambiental & Museu Semente das Artes, utilizamos vários tipos de
pimenta vermelha para fazer além de dedo de moça, usamos a malagueta e esporão
de galo e malaguetinha.
Desidratar ao sol ou no fogão solar: escolha as pimentas, coloque numa vasilha e assim que o sol aparecer coloque para ficar exposta o maior tempo possível.
Na frigideira ou caçarola: pimentas
escolhidas, ligue o fogo ou acenda o fogão a lenha, como fazemos, e coloque pra
esquentar, sempre mexendo para não torrar.
Ao forno: processo semelhante aos
anteriores, o cuidado é só em ficar olhando sempre pra ver se não queimaram.
Penduradas: esse método é mais lento
e trabalhoso, pois você terá que amarrar as pimentas com linhas nos talos e
deixar secando na sombra por várias semanas.
Em todos esses processos, sempre no final utilizamos 2 formas de fazer a flocagem da pimenta. Colocar elas secas no liquidificador ou pisar no pilão. Todas elas dão o resultado satisfatório.
Apimente sua vida. É saudável.
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