ABRIL-MAIO-JUNHO 2020: A TRANSIÇÃO COMEÇOU
Acreditamos que a maioria das pessoas pensa e acredita
nisso, que a pandemia veio para o medo. Principalmente quando viram nesses meses, suas vidas mudarem, os modelos e padrões de
sociedade ficar diferentes, o comportamento das pessoas também.
Mas segundo estudo e mensagens de estudiosos, dimensões e
pessoas espiritualizadas de todas as crenças, seitas, religiões e doutrinas,
não é de todo o mau.
Na verdade, estamos passando por uma transição, uma passagem, onde teremos que
mudar ou mudaremos sem querermos. Esse vírus veio para tentar dar um
amadurecimento aos seres humanos, coisa que, durante séculos e séculos vem é
piorando esse comportamento dos animais que ainda não deram certo no planeta.
Tentar que a humanidade dê um salto pra um outro nível de evolução, se
regenerando e melhorando, com amor, paz e gratidão.
Uma reflexão que podemos fazer é se a forma como vivíamos
até a pandemia era boa, satisfatória e nos deixava feliz de fato: Vaidades. Consumo
exagerado de coisas que nem precisamos. Consumo de substâncias entorpecentes de
todos os tidos, lícitas ou não, destruição da natureza a qual somos parte. A
retirada do fundo da terra substâncias para produzir energia se tem o Sol, que
em 1 dia nos dá energia para o ano todo se capturada em placas fotovoltaicas e
outras fontes de energia limpa. E outras coisas mais, como; desmatamento,
queimadas, envenenamento de alimentos, solo e águas, lixo nos mares e rios.
Essa dor que algumas pessoas estão sentindo, apesar de
dura, ela é uma necessidade para nossa evolução. Uma espécie de limpeza
espiritual.
O professor israelense de história mundial e processos de
macro-história Yuval Noah Harari, auto do best-seller internacional Sapiens: uma breve história da humanidade: nos
mostra em seu livro que, o ser que não deu certo viveu na Oceania a cerca de 45
mil anos atrás, o resultado disso foi a extinção da megafauna onde hoje é a
Austrália. Destruímos a espécie de neandertais há 30 mil anos. E há 13 mil anos
destruímos o Homo floresiensis. Nossa passagem pela terra é de predação e
destruição. Vejamos nos dias de hoje a situação do planeta, da camada de
ozônio, 1 bilhão de pessoas passando fome, guerras, miséria, invasões e muito
mais. Temos que parar. A pandemia é um aviso.
Além de estúdios espiritualizados, cientistas e pesquisadores levaram a ONU –
Organização das Nações Unidas foi apresentado um estudo chamado UM MUNDO EM
RISCO (A Word at Risk), que apresentava dados de risco de pandemia no planeta.
Simplesmente o estudo foi ignorado por TODOS os países que estiveram nessa Assembleia
Geral das Nações Unidas.
Esse momento veio para nos olharmos bem em nosso interior
do nosso interior, como diria o saudoso Vander Lee e realizarmos nossa Mea Culpa,
assumirmos nossos erros físicos e morais e buscarmos uma nova ordem, um novo
contentamento, para podermos darmos um salto quântico em nossas vidas e na Terra.
Nossa mãe, que tanto maltratamos.
Essa transição poderia ter vindo por uma guerra, pois
China e EUA estavam próximos a esse confronto, mas um conflito só aumentaria
mais o ódio entre os seres humanos, por isso veio em forma de um vírus. O
inimigo agora é invisível e serve para que possamos mudar posturas, condutas e
rever valores e ações.
Além dessa resignificação da situação, vimos muitas mudanças e ações positivas nesse período.
As famílias ficaram mais próximas. Um melhoramento das relações humanas na sua
maioria. Solidariedade. Gratidão. Consciência de consumir o necessário. Dar
importância a coisas vistas anteriormente como menores. Apesar de haver poucos
encontros coletivos, as pessoas começaram a pensar mais coletivamente. A
internet passou a ser melhor usada para coisas boas e positivas. A natureza
sofreu menos com sua destruição de várias formas. Novos parâmetros e formas
foram colocadas para vivermos conscientes. E o mais importante: ter tempo pra
você fazer o que não fazia por falta de tempo e se reconectar consigo mesmo. Se
analisar e repensar sua postura na vida e no mundo.
Não iremos voltar ao normal, agora é uma renovação, é um
novo normal.
MUDE QUE O MUNDO MUDA.
Na Casa Ambiental & Museu Semente das Artes tivemos momentos de oscilação. Um misto de medo, de ansiedade, de respeito, pois já tínhamos conhecimento que teríamos uma transição, só não sabíamos quando e como.
Passamos 5 meses realmente fechados, nem saíamos e nem
recebíamos ninguém. Nos preparamos com o que plantamos em nosso pequeno espaço
e por uns 3 meses não fizemos compras fora. Depois começamos a comprar do
vizinho e também fazer pedido para entregar.
Momentos difíceis. Como foi para centenas de milhares de
pessoas pelo planeta.
Nesse período, tivemos um muro que caiu. Poderia ter sido
algo negativo, mas não vimos assim. A queda do muro foi um momento, como muitos
outros nessa pandemia de transformação, de transição.
Os escombros do muro tiveram várias funções: um passeio
para o caramanchão do quintal, o piso da cozinha do fogão a lenha, base para a
lavanderia, barro para o aterro do quintal, assento para cadeiras doadas com os
palets do muro. Tudo foi aproveitado, sem perdas e nem criação de resíduos e
lixo.
Durante semanas dormimos dentro de uma barraca e
mudávamos de compartimento em compartimento da casa para diminuir o estresse e
não criar pânico. Algo que funcionou para não ficarmos mais maluco beleza que
já somos, Hehehehe.
Criamos uma horta suspensa que nos deu durantes meses;
coentro, cebolinha, rúcula e alface. Além da horta suspensa, também plantamos
muita coisa e enchemos de todos os tipos de plantas, frutíferas e ornamentais.
Milho, feijão, fava, mandioca, maxixe, quiabo, jerimum, tomate, banana, ata,
goiaba, pimenta, ocupando o tempo, semeando, colhendo e respirando forte para
passar os primeiros momentos da transição com o corpo e mente sãos.
Outra coisa foi aproveitar toda capinagem e roçagem dos
vizinhos que jogavam para nosso quintal e o que seria queimado e viraria lixo
pra eles, pra nós se transformou em adubo e cobertura de solo. Enriquecendo o
espaço para futuras plantações. Os calos para aprender a valorizar o agricultor, categoria tão desvalorizada e desrespeitada pela maioria e essencial para o mundo. E os calos foram para lembrar todo o trabalho feio na casa.
Com pedras que tínhamos pego na estrada antes da
pandemia, onde o trator passou, começamos a construir um calçamento para a
entrada da casa.
Fizemos pimenta calabresa, farinha, bolos e pães sem
trigo nem leite, com macaxeira, jerimum e banana. Leite em pó de banana verde,
farinha de milho, fubá, café, bejú, tapioca e cuscuz, umbigo de banana refogado.
Momento de experimentos e aprendizagem.


Foram meses de aprendizado que nunca cessão. Temos que aprender sempre, com ou sem transição. Buscarmos evoluir e sermos seres melhores, conosco, com os outros e com o todo.
Comentários